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Operação “Segunda Pele” desmonta esquema de sonegação fiscal em onze cidades mineiras

Fraude aos cofres públicos pode ultrapassar R$ 100 milhões

Thu Dec 17 10:45:00 BRT 2020

Esquema de sonegação foi montado por empresário do setor de couro

Uma força-tarefa formada pelo Ministério Público, Receita Estadual e Polícias Civil e Militar deflagrou, nesta quinta-feira (17/12), a operação “Segunda Pele”, que apura crimes de sonegação tributária, lavagem de dinheiro e organização criminosa praticados por empresários que atuam no comércio de couro derivado do abate de animais.

Ao todo, estão sendo cumpridos 47 mandados em onze cidades da Zona da Mata, Vale do Aço, Triângulo, Alto Paranaíba, Centro-Oeste, Norte e Sul de Minas, sendo 34 de busca e apreensão e 13 mandados de prisão preventiva que têm como alvos empresários, contadores, coureiros (atravessadores) e os chamados “laranjas” que recebem dinheiro para usar seus documentos na abertura de empresas de fachada.

A operação é resultado de uma investigação conjunta do Ministério Público de Minas Gerais e Receita Estadual, iniciada há mais de um ano com o objetivo de combater um esquema de sonegação fiscal operado por uma organização criminosa que adquire couro de frigoríficos e abatedouros mineiros para vendê-lo para outros Estados sem o pagamento devido do imposto.

A suspeita é que os envolvidos no esquema de sonegação estejam lesando o Fisco há anos, sempre atuando na clandestinidade e criando estruturas falsas para simular aparente legalidade de suas atividades.

Levantamentos iniciais apontam que, apenas nos últimos cinco anos, a fraude já causou um prejuízo superior a R$ 62 milhões. A partir da análise dos documentos apreendidos nesta quinta-feira, a Receita Estadual não descarta a possibilidade de o rombo aos cofres públicos ultrapassar os R$ 100 milhões.

A operação “Segunda Pele” contou com a participação de três promotores de Justiça, 75 servidores da Receita Estadual, dois delegados, 32 policiais civis e 70 policiais militares, além do apoio operacional das regionais do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Uberlândia, Uberaba, Patos de Minas, Ipatinga, Montes Claros, Juiz de Fora e Divinópolis.

O nome da operação é uma referência ao couro decorrente do abate de animais, principal produto usado no esquema de sonegação, que, como uma segunda pele, é usado para proteger do rigor do frio.